A grande máquina
Uma máquina pode ser descrita como algo que é criado para facilitar a vida do homem. Normalmente, elas são criadas para desempenhar papéis antes desempenhados por indivíduos, livrando-os assim destas responsabilidades e liberando-os para outras mais importantes, para as quais ainda não existam máquinas. Estas ferramentas proporcionaram (e ainda proporcionam) à humanidade grande progresso à medida que permitiram que ações repetitivas fossem realizadas com uma eficiência maior do que um ser humano seria capaz.
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Uma máquina pode ser descrita como algo que é criado para facilitar a vida do homem. Normalmente, elas são criadas para desempenhar papéis antes desempenhados por indivíduos, livrando-os assim destas responsabilidades e liberando-os para outras mais importantes, para as quais ainda não existam máquinas. Estas ferramentas proporcionaram (e ainda proporcionam) à humanidade grande progresso à medida que permitiram que ações repetitivas fossem realizadas com uma eficiência maior do que um ser humano seria capaz.
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No caso da máquina do Estado no Brasil, esta foge completamente a estes conceitos. Esta máquina, longe de facilitar a vida do homem, dificulta-a. Enferrujada, pesada e lenta, ela gera entraves para qualquer movimento econômico do país. Também possui um insustentável (apesar de não ser combatido) crescimento quando se trata de seu tamanho e de suas funções.
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Desde que o Brasil era colônia, a ganância foi o combustível das engrenagens políticas da Metrópole (Portugal) e sua possessão na América. Com o Império e por fim, com a República, este ainda continua sendo o combustível principal, onde todas as milhares de engrenagens (as quais podemos entender pelos funcionários e políticos que participam desta colossal ferramenta para a governabilidade) imaginam que o papel destes é buscar o maior benefício possível, deles próprios e de seus parentes. Historicamente aqueles que participavam do centro das decisões políticas, ou seja, do centro da máquina, sempre foram os de maior poder ou, popularmente conhecidos, a elite. Esta segue à risca a lógica de todo este pensamento, que é ter o poder e permanecer no poder, e finalmente pode-se concluir que há 500 anos que o Brasil vem construindo habilmente todo um intricado, emaranhado e confuso sistema que os permite chegar a este objetivo. De maneira prática podemos ver nas notícias do dia a dia, de maneira bastante discreta, o crescente número de órgãos que compõem a máquina do Estado Brasileiro.
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Não é algo facilmente perceptível, posto que nos é mostrado apenas como plano de fundo de outras matérias. São citações em várias matérias sobre um funcionário de determinado “ministério”, uma outra reportagem sobre um escândalo em certas “comissões”, depois um artigo sobre um esquema dentro daquele “conselho”, e quando percebemos, foram citados dezenas de ministérios, centenas de conselhos e incontáveis comissões, secretarias e agregados, para debater todos os infinitos e ínfimos assuntos propostos por estes “honoráveis” cidadãos que nos governam desde que o Rei de Portugal começou a colonizar este país.
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Hoje existem comissões para tudo, desde para cuidar da nutrição dos cidadãos, até para cuidar dos assuntos ligados a esportes de ‘alto rendimento’ (não perguntem o que isto significa, por que também não sei). Cada um destas repartições contando com uma vasta folha de empregados, onde muitos dos quais, estranhamente constam em várias comissões, conselhos, secretarias e ministérios. É muito trabalho para tão pouca gente, não? Certamente, para compensar tudo isso, eles precisam receber um salário para cada uma dessas funções, e agora minha imaginação lança uma luz sobre a dúvida anterior, o esporte de alto rendimento. Não será este esporte praticado pelos políticos e seus consangüíneos e amigos de desempenhar várias funções ao mesmo tempo? Se é ou não, não sei, mas com certeza os rendimentos são altos. Assim, cada vez mais, esta máquina vai crescendo e de tão grande, vamos ficando distantes e pequenos perante sua imensidão, perdidos sem saber pelo que protestar, temendo uma comissão para avaliar o protesto.
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Fazendo uma comparação rápida entre esta nossa máquina e uma árvore, poderíamos chamar os ministérios de o tronco desta, de onde derivam boa parte das ramificações, senão todas. Sendo assim, o presidente e os magistrados podem ser considerados grandes fertilizadores desta árvore, fazendo com que estes ministérios multipliquem-se desenfreadamente! Em nosso travado país existe quase trinta ministérios, havendo além de um ministério da Agricultura, um ministério para o desenvolvimento agrário e um para o combate à fome, não se esquecendo do Instituto Nacional da Colonização e Reforma Agrária (INCRA). Com tanta gente cuidando da distribuição de nossas terras e da produção de alimentos, como pode o Brasil ser um dos países com maior concentração de terras e com um grande contingente de famintos? Às vezes eu imagino que todos esses ministérios e derivados são apenas placas na Esplanada dos Ministérios, que nada mais fazem a não ser indicar uma miragem. Temos é uma máquina fantasma cheia de vida.
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