quarta-feira, 31 de outubro de 2007

"Quem tudo quer, tudo perde" E a natureza está sendo perdida pois a ganância dos homens não cabe em seus corações desumanos...

A mãe-natureza nos aconchega. Por que maltratá-la? Por que sangrar o colo que nos afaga? Os homens são insensíveis, são cegos e egoístas... Como não ser apaixonado pela fonte da vida, origem de tanta luz e beleza, a natureza? Mas estamos sujos do pecado do nosso vício, a gana por mais e mais. Nossa ganância, nosso excesso, nos tirará tudo e depois que tudo estiver perdido, tudo o que foi inconsegüentemente e desumanamente acumulado, não valerá de nada, não valerá a pena ter destruído tudo para ter mais do que o outro. Ser mais do que os outros significa o que? Destruição e morte. O Rei das terras mortas e ensanguentadas. Sejamos iguais, para viver em harmonia com a mãe que nos aconchega.

Liberdade, Igualdade, Fraternidade, Humanidade.

"Sei que a vida vale a pena..."



Dois e dois: quatro


Como dois e dois são quatro
Sei que a vida vale a pena
Embora o pão seja caro
E a liberdade pequena

Como teus olhos são claros
E a tua pele, morena
como é azul o oceano
E a lagoa, serena

Como um tempo de alegria
Por trás do terror me acena
E a noite carrega o dia
No seu colo de açucena

- sei que dois e dois são quatro
sei que a vida vale a pena
mesmo que o pão seja caro
e a liberdade pequena.

Ferreira Gullar

-//-

A vida é bela e a luz da nossa existência vale cada gota do sangue que nos move. A vida é bela e vale cada partícula da nossa coragem, vale cada fração do nosso amor, vale cada centelha da nossa humanidade.
Um dia o pão sera pleno e a liberdade intensa. E dois e dois serão 4 vezes mais para abarcar quanto precise, pois os números se multiplicaram para a paz e a felicidade dos seres vivos, do homem e da mulher, na natureza e dos anjos.

"Sempre existe um caminho; Sempre existe uma luz"

"Quando tudo está perdido
Sempre existe um caminho.
Quando tudo está perdido
Sempre existe uma luz.
Quando tudo está perdido
Eu me sinto tão sozinho.
Quando tudo está perdido
Não quero mais ser
Quem eu sou."

(A Via Láctea - Legião Urbana)

Não podemos desistir, mesmo que não sejamos os salvadores da humanidade, mesmo que não pareçam existir saídas para as angústias, mesmo que a dor seja grande, "o pão seja caro e a liberdade pequena"... Preciso lutar, precisamos todos, pois o sangue corre em nossas veias e ele pede socorro pelos rios de sangue, seus e nossos irmãos, que choraram na história.

"Sempre existe uma luz"
Fé.

sábado, 20 de outubro de 2007

Educação Programada - Criaturas obedientes, educadas... programadas...

Edu´corda´ção - educação a base de amarras e cordas, marionetes...


Educação X Programação!


"Quando vejo que na idade de maior atividade os jovens são limitados a estudos puramente especulativos e que depois, sem a menor experiência, são bruscamente jogados no mundo e nos negócios, acho que a razão não é menos chocada do que a natureza e não fico surpreendido por tão pouca gente saber conduzir-se. Por que estranho modo de pensar nos ensinam tantas coisas inúteis, enquanto que a arte de agir é tida como nada?"

Jean-Jacques Rousseau

A juventude é o espírito mais impetuoso, revoltoso, questionador e intempestivo, cuja força é capaz de mover céus e terras, cuja ousadia pode ir onde ninguém mais foi. O jovem é o elo mais instável e apto para grandes e abruptas mudanças da corrente da sociedade, e em conseqüência disso, uma emaranhada trama foi criada para sepultar e suprimir essa tempestade ambulante, sequiosa por mudar e melhorar, de forma a não comprometer a manutenção do sistema em voga.

Assim se criou nos tempos modernos os sistemas educacionais, prisões do pensamento. Calabouços disfarçados sob a máscara da ciência e do saber. Mas uma pergunta aflora, saber o quê? O que se ensina nestes ditos educandários? Ensina-se a não se aprender nada, ensina-se apenas a guardar informações as quais não se sabe claramente para que servem, ensina-se a obededer as regras, sejam elas quais forem, ensina-se a cumprir padrões, ensina-se a repetir ações mecânicas.

As chamadas "escolas" são fábricas. Não fazem borbulhar criatividade nem desenvolvimento, apenas produzem máquinas de acordo com as necessidades do sistema, máquinas de calcular, máquinas de obedecer, máquidas de consumir. As características humanas individuais são irrelevantes dentro do ambiente padrão, e as potencialidades de cada um pouco consegue contribuir nesta cela fechada e rígida, onde não há espaço para novidades. As pequenas mudanças seguem a antiga lógica do despotismo esclarecido - "é preciso mudar um pouco para que tudo continue como está", e assim as poucas reformas vão sendo feitas, apesar de nunca atingirem a essência do processo, que continua incólume.

Os jovens, desde cedo, são programados, e como arvorezinhas, são podados continuamente para permanacerem no formato desejado. Os ganhos excessivos, são cortados fora, as folhas que alimentam a árvore, são limitadas a uma quantidade segura, e seus destinos são rigorosamente observados, para não fugirem ao controle. A programação é poderosa, aprimorada ao longo de séculos e séculos. Hoje quase não se percebe as suas lacunas, as suas faltas e seu real objetivo. Os argumentos contrários são combatidos com pequenas doses de concessões, que visam desqualificar as críticas. A critíca à predominância da formação puramente matemática é desfeita pelo leve tempero humanístico, um punhado de aulinhas de história ("oficial" - ou seja, um conto bonitinho manipulado pelos domiantes), uma brincadeirinha de geografia, e outros faz-de-conta dos quais nem nos damos conta, até nos esquecermos que no final, sabe-se mais fórmulas do que valores humanos, mais conceitos físicos do que solidariedade, sabe-se calcular, mas não se sabe dividir o pão.

Assim, as "forças produtivas" se apoderam deste produto final, indivíduos fabricados, agora fabricantes de riquezas e as velhas forças de poder permanecem em seu trono, protegida contra qualquer questionamento e oposição.

Os pequenos e dispersos movimentos contrários, alternativos, são tão poucos e distantes que se vêem sufocados pela realidade e não conseguem realmente lutar de igual para igual com o sistema dominante.

E assim, a humanidade segue, um espetáculo de manipuladores e suas marionetes.

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

É direito fundamental do indivíduo e da coletividade se revoltar contra aqueles e aquilo que ameacem sua soberania e direito à autodeterminação!

Obra de Diego Rivera

A Resistência

Nunca a luta contra a exploração e dominação sobre os homens foi tão dura quanto em nossos tempos, e reunir as forças necessárias para lutar, tornou-se tarefa das mais árduas!
Os nossos dias, se podemos realmente dizer nossos, correm em passos ligeiros, embalados no avanço tecnológico psicodélico, o qual é excelente meio de nos manter a mente ocupada e alienada. São tantas as novidades da tecnologia e do mercado, que não há tempo para analisar o mundo, sem correr o risco de perder o próximo lançamento e estar por fora das tendências da moda.

Junto à essa força avassaladora de alienação, soma-se a estratégia mais bem elaborada e fundamentada de dominação arbitrada pelos poderosos urubos no comando há tempo demais: "a invisibilidade dos inimigos". Não se pode mais apontar alvos claros para nossas batalhas, os inimigos se dispersaram, não existe mais um homem, um grupo, uma força ideológica que possa ser combatida com união, são mil fatores que circulam feito furacões pelos veículos de comunicação, nos fenômenos sociais, e que se enraízam de maneira desapercebida nos corações das pessoas e vão sedimentando suas energias, petrificando seus ímpetos, seus espíritos ávidos por mudanças.

Como combater? Como congregar? Qual a bandeira que pode unir as mãos de todo o povo? As causas foram transformadas em objetos de vitrine, produtos mercadológicos, os ideais foram enlatados e vendidos nos shoppings, a revolução virou enfeite em camisetas. As horas passam e os poucos movimentos pela mudança vêem-se isolados e jogados uns contra os outros, brigando feito insetos enquanto os abutres observam do alto, observando os líderes e queimando-os com suas lupas institucionais, aparatos governamentais, máscaras opressoras.

Que resistência pode ser feita? Que Contracultura poderá nascer no mundo padronizado, de larga escala, ‘globalizado’, onde as diferenças culturais vão cedendo à pressão do capital, ao consumo exacerbado das marcas e das grifes? Uma resistência precisa ser levantada, reunida, comandada, rumo à um objetivo de difícil delimitação; construir uma nova sociedade, porém enfrentando o medo de implodir a deplorável, porém maquiada, sociedade existente. Será esse o objetivo? Mudar o método de pensamento, transformar nossa maneira de pensar, subverter o cotidiano para reverter nossa submissão à programação vigente.

E como financiar esse ideal? Talvez o conceito de financiamento precise ser mudado também. Para se manter, ele precisa estar acima da manutenção, ser parte de cada combatente na maneira deles agirem no meio da realidade existente, dando suas pinceladas de mudança, seus toques de resistência.

Ainda quanto ao inimigo, onde ele está? Será que é o patrão, o político, o militar ou o fazendeiro, como era nos tempos das grandes revoluções da história? Não será que ele se tornou tão grande e abrangente que passa a ser cada um de nós, sendo nós mesmos nossos próprios inimigos? Será que não precisemos derrotar nossa acomodação, vencer as trincheiras de nossa inércia, transpassar nossa ignorância com golpes de impetuosidade, conquistar os territórios de nossa mente, antes ocupados pelos interesses comerciais, e construir espíritos inflamados e contestadores, aptos a se libertar e serem libertários, para assim podermos passar para o plano extracorpóreo? Será que antes de ir à luta numa frente de batalha ideológica, não precisemos vencer os batalhões de idéias conservadoras e acomodadas de nossos irmãos?

Nossa luta nunca foi tão dura, e nossa congregação nunca foi tão nebulosa. Os inimigos físicos se tornaram inimigos imateriais. O que era um edifício ou uma instituição, agora tornou-se um sentimento geral, uma força sobre-humana. Um conselho para a luta? Reúna-se. Converse com seu amigo. Crie um grupo. Forme uma rede de contracultura. Seja você a resistência. Se não consegue ver o inimigo, tente ao menos ver o seu amigo e junte-se a ele, junte-se aos camaradas e sejam a resistência, mesmo contra o desconhecido, pois uma fortaleza sólida resiste de onde quer que venha as ameaças. Seja você a resistência.

“Não podemos aguardar que os tempos se modifiquem e nós nos modifiquemos junto, por uma revolução que chegue e nos leve em sua marcha. Nós mesmos somos o futuro. Nós somos a revolução.” (Beatrice Bruteau)

Nós conseguiremos, é certo. A minha mão alcançará a de meu irmão, um dia. Venceremos os artifícios de desagregação, como as suspeitas, as desconfianças, os oportunistas e as manipulações. E as rochas que fundarão o futuro serão colocadas por pessoas como eu e você.

terça-feira, 2 de outubro de 2007

"O Brasil é o país do futuro"... quando for uma nação, um povo unido, forte, aguerrido, lutador! Até lá... somos um país do passado...


Patr´idiota


Do patriotismo se podem dizer muitas coisas, que é um sentimento honrado de amor à pátria, como afirmam os nacionalistas, ou uma cegueira que eleva a nação e nega seus defeitos, de acordo com alguns ingratos filhos da terra, que não reconhecem o valor da pátria-mãe. A maioria esmagadora sequer pensa nisso.
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Uma nação é essencialmente um povo, e quando esse acredita nela e nele mesmo, nada pode deter o progresso de ambos, que na verdade são um só. Mas no Brasil, o conceito do ‘todo’ e do ‘indivíduo’ não se conciliam.

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Desde nossa “descoberta”, passando por nossa “independência”, até nossa “república”, nunca nos foi ensinado o significado de “nós”, porque não fomos nós que descobrimos o Brasil, nem nos tornamos independentes ou proclamamos a república. Esses “acontecimentos históricos” foram desempenhados pelas classes dominantes, que nunca se identificaram com o povo, e o povo seguiu alheio à tudo isso.
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O patriotismo do brasileiro foi importado de terras distantes, pelos mandatários do Brasil, pois esses consideraram que seria um bom instrumento de controle civil, permitindo manter a unidade nacional. Contudo, apenas uma fração do que é patriotismo foi trazido para essas fronteiras, a partícula cega, de obediência e resignação imbecil às decisões do alto, excluindo a reflexão crítica e o amor por zelar pelos reais interesses civis, para evitar transtornos ocasionais, caso a população entendesse que a pátria é dela, não dos déspotas disfarçados.

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Assim, ganhamos uma bandeira, um hino, um exército nacional, e mais recentemente, a seleção brasileira de futebol. Criou-se o admirável fenômeno patriótico sazonal; de quatro em quatro anos, milhões de festivos patriotas, por ocasião da Copa do Mundo, cantam o hino com orgulho, balançam bandeirolas e torcem pela vitória da seleção! Acabado o espetáculo, guardam-se os acessórios e todos voltam para seus mundinhos individuais; está garantida a unidade nacional e ninguém interfere na política do alto da pirâmide.

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O brasileiro é mesmo um patr´idiota, uma criação dos primeiros estrangeiros que dominaram esse país e deixaram seus filhos no comando. O brasileiro é um tolo que confunde nação com seleção, compra bandeirinhas verde-amarelo em tempo de Copa e permite que sejamos espoliados e explorados por uma elite interesseira e forasteiros imperialistas.
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Seguimos sendo uma das dez maiores potências econômicas do mundo, que, apesar do crescimento medíocre, sustenta curiosos, luxuosos e deprimentes absurdos, como o fato de sermos o país onde mais se fazem cirurgias plásticas no mundo e onde mais se consomem remédios para emagrecer, porém dono dos maiores índices de desigualdade social e concentração de renda mundiais, péssima educação e saúde públicas, violência descontrolada, mais parecendo uma guerra civil constante, um combate entre o miserável e explorado, refugo do sistema, que pega na arma para sobreviver e ter tudo o que nunca teve nem terá, contra a elitista classe média e alta (e astronomicamente alta), os barões empresários e coronéis industriais, que desfilam pelas ruas de carro importado (afinal, não existem carros nacionais, mesmo os “produzidos” aqui, são apenas montados, com peças oriundas de vários lugares da Ásia, e todos de marcas estrangeiras. Até os ônibus são de marcas estrangeiras!), ostentando seus novíssimos celulares, também de marcas imperiais.
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Uma nação sem povo, apenas um monte de pagadores de impostos, calados, cabeças baixas, pseudo-cidadãos, não tem futuro. Mas, ironicamente, alguém cantou “O Brasil é o país do futuro”.