terça-feira, 2 de outubro de 2007

"O Brasil é o país do futuro"... quando for uma nação, um povo unido, forte, aguerrido, lutador! Até lá... somos um país do passado...


Patr´idiota


Do patriotismo se podem dizer muitas coisas, que é um sentimento honrado de amor à pátria, como afirmam os nacionalistas, ou uma cegueira que eleva a nação e nega seus defeitos, de acordo com alguns ingratos filhos da terra, que não reconhecem o valor da pátria-mãe. A maioria esmagadora sequer pensa nisso.
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Uma nação é essencialmente um povo, e quando esse acredita nela e nele mesmo, nada pode deter o progresso de ambos, que na verdade são um só. Mas no Brasil, o conceito do ‘todo’ e do ‘indivíduo’ não se conciliam.

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Desde nossa “descoberta”, passando por nossa “independência”, até nossa “república”, nunca nos foi ensinado o significado de “nós”, porque não fomos nós que descobrimos o Brasil, nem nos tornamos independentes ou proclamamos a república. Esses “acontecimentos históricos” foram desempenhados pelas classes dominantes, que nunca se identificaram com o povo, e o povo seguiu alheio à tudo isso.
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O patriotismo do brasileiro foi importado de terras distantes, pelos mandatários do Brasil, pois esses consideraram que seria um bom instrumento de controle civil, permitindo manter a unidade nacional. Contudo, apenas uma fração do que é patriotismo foi trazido para essas fronteiras, a partícula cega, de obediência e resignação imbecil às decisões do alto, excluindo a reflexão crítica e o amor por zelar pelos reais interesses civis, para evitar transtornos ocasionais, caso a população entendesse que a pátria é dela, não dos déspotas disfarçados.

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Assim, ganhamos uma bandeira, um hino, um exército nacional, e mais recentemente, a seleção brasileira de futebol. Criou-se o admirável fenômeno patriótico sazonal; de quatro em quatro anos, milhões de festivos patriotas, por ocasião da Copa do Mundo, cantam o hino com orgulho, balançam bandeirolas e torcem pela vitória da seleção! Acabado o espetáculo, guardam-se os acessórios e todos voltam para seus mundinhos individuais; está garantida a unidade nacional e ninguém interfere na política do alto da pirâmide.

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O brasileiro é mesmo um patr´idiota, uma criação dos primeiros estrangeiros que dominaram esse país e deixaram seus filhos no comando. O brasileiro é um tolo que confunde nação com seleção, compra bandeirinhas verde-amarelo em tempo de Copa e permite que sejamos espoliados e explorados por uma elite interesseira e forasteiros imperialistas.
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Seguimos sendo uma das dez maiores potências econômicas do mundo, que, apesar do crescimento medíocre, sustenta curiosos, luxuosos e deprimentes absurdos, como o fato de sermos o país onde mais se fazem cirurgias plásticas no mundo e onde mais se consomem remédios para emagrecer, porém dono dos maiores índices de desigualdade social e concentração de renda mundiais, péssima educação e saúde públicas, violência descontrolada, mais parecendo uma guerra civil constante, um combate entre o miserável e explorado, refugo do sistema, que pega na arma para sobreviver e ter tudo o que nunca teve nem terá, contra a elitista classe média e alta (e astronomicamente alta), os barões empresários e coronéis industriais, que desfilam pelas ruas de carro importado (afinal, não existem carros nacionais, mesmo os “produzidos” aqui, são apenas montados, com peças oriundas de vários lugares da Ásia, e todos de marcas estrangeiras. Até os ônibus são de marcas estrangeiras!), ostentando seus novíssimos celulares, também de marcas imperiais.
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Uma nação sem povo, apenas um monte de pagadores de impostos, calados, cabeças baixas, pseudo-cidadãos, não tem futuro. Mas, ironicamente, alguém cantou “O Brasil é o país do futuro”.

Um comentário:

Malu Medeiros disse...

Um comentario pra vc ficar feliz!
=D
e não..eu num li tudo isso nao xD

aiai

Bestaaa..
adoooooro³