sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Aqueles bravos, que lutam, sangram e são coragem e mudança vivos, tem estrelas no lado esquerdo do peito, que ilumina a existência de esperança...


Germinar a Vida

Tudo o que sinto é que minhas palavras
São inexpressivas perante a realidade da dor
A crueldade da perda, o frio sentimento
Da tristeza que arrebata do coração
Qualquer centelha de paz.

O impotente significado de uma palavra
Não é nada se comparado ao significado
Da morte, da insuportável agonia de saber
Ter sido arrastado para beco inalcançável
Alguém amado, algo que não volta...

Porque nada parece importar quando nossa
Alma é de tal forma dilacerada.
Como, por ventura, pode ter algum
Sentido as palavras?

E no entanto, não contente com tal irreparável
Sentença, venho e borro o papel com lágrimas
De pesar possíveis de entendimento.

Pois cada dia reconheço mais e mais
A tamanha dor que cobre o mundo,
Esconde as almas de toda a luz
E a qual confundimos com algo que decidimos
Chamar noite.

Mas é verdade que nem as palavras,
Nem todo o meu sangue
São suficientes para abrandar a irrefreável
Escuridão da noite.

Não contente com tal irreparável sentença,
Só me cabe uma atitude
- Desobedecendo toda a desolação da
Dor, doar todo meu sangue,
Multiplicado mil vezes em palavras.

E ser inteiramente sacrifício,
Que luta para trazer luz à noite,
Como as estrelas.

O amor maior, divino, incondicional,
Humano em plenitude,
Faz do coração, estrela.

Estrelas cujo laço entre elas
É esta luz, esse desejo de ir onde houver
Escuridão,
Para trazer ao vazio do espaço infinito
Algum calor
Que permita germinar a vida
Em corações de pedra, planetas solitários.

Nenhum comentário: