quinta-feira, 8 de maio de 2008

"Enterrem meu coração na curva do rio"...


Vida, vidas, vi vidas, vivi vidas, vinte vidas, vividas...


Às vezes os minutos duram eras,
Éramos diferentes antes de bater o relógio,
Recordas as flores d´outras primaveras?
Não fuja, não se esconda do belo ócio.

Na límpida superfície afloram bolhas
Quebrando o espelho do céu noturno,
A lua baila ao som das folhas
Meu coração palpita taciturno.

Na face curvilínea da esquina
Onde, desvairados, peixes viviam
Enterrou-se, do meu coração, a rima,

Silenciaram os gorjeios das aves de rapina
Que nas minhas cinzas colinas dormiam.
"Existirmos, a que será que se destina?"

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