(foto: Casa de Farinha - Lagoa dos Gatos - Pernambuco - fonte: BBC)
Olhos sem Esperança
A faca enferrujada treme na pequenina
Mão infantil, em cortes incertos,
Movimentos forçados por esta sina,
Uma vida sofrida e sem afeto.
O cansado e arqueado corpo desde menino,
Sentado em cinzento chão de barro e suor,
Exaure-se o dia inteiro no labor,
Lutando para sobreviver ao seu destino.
Em seus olhos sem esperança vê-se a tristeza
Profunda de uma alma escravizada
Pela fome, cansaço e pobreza,
Enquanto corta mandioca co´a faca afiada.
Seus inseguros ombros, doídos e magros,
Carregam a realidade desumana
Da vida dura oposta à rica gana
De algum abastado que desperdiça
Comida perante os olhos chorosos e fracos
Desde menino, cuja vida a sociedade pisa;
Carregam a realidade desumana
Da vida dura oposta à rica gana
De algum abastado que desperdiça
Comida perante os olhos chorosos e fracos
Desde menino, cuja vida a sociedade pisa;
Sociedade cruel, injusta, capitalista!
Nenhum comentário:
Postar um comentário