segunda-feira, 25 de maio de 2009

Montanhas russas reunidas em círculos...


Profecias...
Montanhas russas reunidas em círculos


Montanhas russas reunidas em círculos
Rodopiando em discussões extensas
Um cotidiano nada rotineiro
Aprisiona e liberta em horários e exaustões...

E o estar presente quase incomoda
O sentimento de dever borbulha nos ouvidos
As ações são impulsionadas por princípios
Que não cansam nem esmorecem
Ainda que o corpo deseje a inércia...

Claro, óbvio e inegável é
Que tal desejo absurdo
É meramente provisório, tempos de açúcar
Quando os encontros sobrepõem-se aos pensamentos
E as tempestades nos pegam sem varandas ou tetos.

Suspiro, retomando o ar deixado na última sala,
O fôlego ansioso por um balanço tranquilo.
Acontece que lá fora não parece haver trégua
Pois são máquinas as forças contrárias e malévolas...

Não suam, não dormem e não se intimidam
Ante o infinito amor que temos.
E esse amor, mesmo infinito,
Não sendo como eles, violento,
Não pode simplesmente detê-los,
precisa apaixoná-los...

Mas quem?
Que paixões? Rumo à que corações?
Quem pode dizer... quem pode ser...
São tantos, são invisíveis e constantes... são inimigos e futuros de esperança...
Porque se nossa força é o amor
E a força contrária o oposto (mas não totalmente, espero)
Não podemos ser como eles, pois perderemos...
Queremos (eu e quem mais?) que eles
Se apaixonem
E não que morram (só em momentos de ira).

Sim, sim, que enigma metálico enferrujado
Que incrustado de conchas em portos abandonados
Que eras trepadeiras em muros desmoronando...
Que irrespostas desconexas e sem nexo...

Acontece que por maior que seja a loucura do mundo
E a nossa, diante de tudo
Só não podemos parar.
Mas a natureza não diz que não podemos cansar.
Ao contrário, como cansa.

E nisso, do alto da montanha russa
Aquele frio estomacal tremula
E irrompe poros afora...
Suamos, frio.

Há calor também. Muito. É o próprio amor.
Uma total dicotomia paradoxal de estrelas que se chocam.
Sem uma lógica matemática exata e concisa...
Apenas a continuação interminável de utopias delirantes
Que perseguimos convictos da vitória da vida!

Numa militância que atravessa as madrugadas
Na ânsia milimétrica de invernos e primaveras
Tornados esfumaçados, tosses e desgastes
Visões em preto e branco de plástico
E odores bons e ruins...


Enfim.

É isso.

Então.

E ai?

O que resta é descansar na agitação

Agitar o cansaço

E seguir em frente, aberto para o abraço

Beijando todo o espaço

Tudo que há e é.

Carregando o amor não como um fardo

Nem a esperança como uma pedra entalada na garganta

Mas como asas, únicas formas de salvar-nos

Do abismo que se despedaça sob nossos pés

E nossas mãos

E nossas vidas


Para sermos verdadeiramente

E profundamente

De maneira completa

Plena

E apaixonada.


Explodiremos, é fato.

A explosão será indescritível, indiscriminada

Levará a todos.

Todos se perderão, mas já estavam perdidos.

Mas nos encontraremos, mais ainda

Todos serão finalmente apaixonados

Depois da explosão.

Depois que as paredes todas forem derrubadas

E as portas da alma arrombadas

Permitindo a união inimaginável

A Comunhão da Vida em uma só.


Fim. Início. Infinito. Círculo. Comum...(ismo).


Não será através da força

Mas do amor.

A revolta será espiritual

E as chamas arderão nas almas

Os gritos brotarão do espírito

E as mãos andarão dadas

Pés juntos, passos largos.


Desmoronarão de suas torres

Dos altos edifícios

Dos terraços rarefeitos

Das alturas da tolice

Do topo dos egoísmos

Do alto das ganâncias

Até o fundo do poço

De onde poderão ressurgir iguais

Horizontais

Humanos, reais

Sem autoridades

Sem banalidades

Sem formalidades

Sem burocracias

Sem hipertrofias

Sem infantarias

E sem ódio.


Quando o “mundo” cair,

Quem ainda houver

Terá a nova chance

De nascer.


Quando o “civilizado” ruir

Quem ainda houver

Terá a nova chance

De pensar.


Quando o “sistema” se destruir

Os que ainda houver

Terão a nova chance

De se unirem.


Quando o “muro” for derrubado

Os que ainda houver

Terão finalmente a chance

De se amarem.

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