quarta-feira, 18 de julho de 2007

Desliga a TV pra ninguém perceber que você não quer nem saber!

(Ira contra a Máquina! - Capa do album da banda de mesmo nome)
Se a humanidade queima, quem se importa?!

Quem se importa?

Tantos milhões de indivíduos,
Tanta miséria e opulência,
Tantos indivíduos entre milhões,
Luxuoso mar de indiferença...

Quem se importa ainda,
Com a massa humana que resta?
Às margens desta sociedade, desta latrina,
Onde até mesmo o homem já não presta!

Ah, nada mais importa, além do reflexo
Especular, da aparência corporal,
Ter, poder, comprar tudo, afinal,
E assim afirmar este vazio desconexo.

Pessoas, pessoas, muitas pessoas...
Simplesmente não tem nada a ver com isso!
Fome? Pobreza? Homens?! Não importunem
As necessidades mundanas – O dinheiro é preciso!
Meu, somente meu, eles dizem;
Milhões e oceanos de tristezas
Não vencem o quebra mar da indiferença,
Os gritos destes pobres segregados,
Morrem na praia!
E eles morrem na distância ignota!
E eles morrem!

Mas quem se importa?!

O que está acontecendo atrás daquele muro?! Não se esconda do mundo!


Que Passa?

Atrás das paredes verdes e mofadas,
Escondidas pelas sacras notas, espelhos celestiais;
Além daquele jardim, daquele muro
Existe, que nunca vi, algo mais.

Em jornais, televisões, em capitais
Não estão, não aparecem, não estão.
Outro mundo que nunca senti,
Homens de além-mar social
Nunca habitaram meu coração,
Eles não surgem nos ricos vitrais.

Que passa depois d´ali,
Para onde nunca olhei, afinal?

Vejo sim, com outros olhos
Vermelhos, negros, brancos e tristes,
Vejo e choro e não entendo
Como nos cegamos no dinheiro,
Como esquecemos nosso povo.
Desde que tu nasceste,
Tu, eu, nós não mais ligamos.
Nosso mundo limita-se ao espelho.
Por que, se àqueles irmãos me assemelho?
Por que não vejo, por quê?
Que passa?

É, nossos globos oculares, nosso globo
Está sujo da verde cédula, de ironia,
Irônica realidade da justiça;
Tantos trabalham p´ra tão poucos
E não vemos...

Que passa?! Muito, muito acontece!
Abramos nossas portas, quebremos este muro!
Que todos sejam um e um se importe
Com todos os demais, cada um de nós!

Que a humanidade seja humana
E acolha todos seus filhos.
Sejamos humanos!
Não deixemos essas vidas passarem
Do outro lado de nossa vida.
Sejamos humanos, sejamos igualmente
Diferentes e unidos!

Que passa?! Saibamos!

"Não se esqueça que o absurdo é sempre a regra"


A Exceção e a Regra

Estranhem o que não for estranho.
Tomem por inexplicável o habitual.
Sintam-se perplexos ante o cotidiano.
Tratem de achar um remédio para o abuso
Mas não se esqueçam de que o abuso é sempre a regra.

(Bertold Brecht)

Não se esqueçam que a história é escrita pelo vencedor e o presente é feito pelo dominador.
As leis que nos regem - não meramente as constituições - mas as coisas que consideramos simplesmente imutáveis, as que 'sempre' estarão presentes, aquilo ao qual estamos acostumados a sermos indiferentes - como passar por um mendigo sem seguer dirigir-lhe o olhar - foram programações criadas em nós pelos "vencedores" em nosso sistema. "Tomem por inexplicável (isto que vemos como) o habitual"

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Canção da saída



Se não tens o que comer
como pretendes defender-te?
É preciso transformar
todo o Estado
até que tenhas o que comer
e então serás teu próprio convidado.

Quando não houver trabalho para ti
como terás de defender-te?
É preciso transformar
todo o Estado
até que sejas teu próprio empregador
e então haverá trabalho para ti.

Se riem de tua fraqueza
como pretendes defender-te?
Deves unir-te aos fracos
e marcharem todos unidos.
Então será uma grande força
e ninguém rirá.

Bertolt Brecht

Transloucados aqueles que esperam que os miseráveis resolvam sua miséria por si mesmos. Hipócritas aqueles que esperam que a pobreza seja combatida pelos pobres. Somente quem pode lutar pela liberdade é aquele que não está na prisão; somente quem pode lutar pela igualdade é o que está acima dos mais fracos, o desigual. É preciso coragem para vencer a confortável posição de indiferente quando se está sentado em uma poltrona. Levantem-se de seus pedestais, aqueles que dominam, e mereçam seu título de racional e humano.

domingo, 8 de julho de 2007

"Prefira enfrentar o mundo servindo à sua consciência, à afrontar a sua consciência para agradar o mundo"


Vermelho

A programação já não funciona!
Não são suficientes os entorpecentes.
Há movimentos em minha mente,
Meu pensamento saiu do coma.

Todos os analgésicos da alma
Que chovem intermitentes
Já não são suficientes
Para manterem o fogo em calma.

Festa! O Coração está batendo
A porta da mudança lá fora.
Eu quero sair correndo!
Jamais irá embora
Este sangue que me sustenta,
Minha vida de aventura!
Viverei cada momento
N´uma luta eterna e dura!

A programação rasgou-se,
As amarras foram retiradas
E as asas libertadas
Para sentir a brisa doce.
Não sou máquina, sou ser humano
De coragem, não de comandos!
Sou tudo que quiser!
Que eu quiser!

domingo, 1 de julho de 2007

"Quando o sangue correr nas ruas, é momento de enriquecer"


Na Guerra Muitas Coisas Crescerão

Ficarão maiores as propriedades dos que possuem
E a miséria dos que não possuem.
As falas do guia
E o silêncio dos guiados.

Bertolt Brecht


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Canção ao Senhor da Guerra


Mais uma guerra sem razão
Já são tantas as crianças com armas na mão
Mas explicam novamente que a guerra gera empregos
Aumenta a produção

Uma guerra sempre avança a tecnologia
Mesmo sendo guerra santa
Quente, morna ou fria
Pra que exportar comida?
Se as armas dão mais lucros na exportação

Legião Urbana

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A Guerra... uma invenção tirana, uma força da dominação, uma imposição de potências, a diversão do homem que, longe de Ser Humano, mais parece um monstro!

Que o fim do império do sangue, nação da guerra, opressor do mundo, esteja próximo, para que os povos de paz respirem em paz...

"Não existe caminhos para a paz, a paz é o único caminho"

Gandhi