quarta-feira, 20 de junho de 2007

Beco... lugares esquecidos onde esquecemos os excluídos...


Beco

Mínimo, menino, medo.
Mísero, subjugado por ele.
Traído até pelo espelho
Que lhe oprime e lhe dá sede.
Pobre e abandonado.
Mínimo respeito.
O menino é forçado
A esconder-se no beco.
Preso, sozinho, assustado,
Na penumbra isolado.
Violência, indigno destino
Oprimem-lhe rumo ao beco.
Sedento no canto remoto,
Por carinho e contentamento,
Só o que deseja o menino
É nunca ter nascido.
Até sonha com conhecimento,
Reconhecimento e algo mais,
E a escuridão
Seus anseios desfaz.
Tornaram-no mínimo
Este menino,
Oprimido pelo desrespeito
Do beco.


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A grande desolação me invade, um sentimento de revolta e miserável tristeza pelas pobres crianças que são 'descartadas' e forçadas a viverem a opressão da exclusão, a violência de suas condições, a destruidora atmosfera humana que os cercam... Manifesto-me por todos os pequenos esquecidos por todos, que, abandonados, refugiam-se nos becos escuros da vida, fugindo das gárgulas sociais que os castigam, que exploram suas infâncias, rasgando-lhes os corpos famintos e desabrigados, as mentes perdidas e tristes, os espíritos dilacerados...E os homens? Seres arrogantes, desprezando os portadores do futuro da humanidade, seguem desumanos e impassíveis, sem 'repintar' este quadro...

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