quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Cercas de arame farpado dilaceram os corações egoístas... -

(Ao invés de nos dar as mãos, levantamos cercas...)
Farpas

Entre tantas riquezas que brotam de nosso chão,
Tanta fartura e vida de nossa imponente nação,
Não há justiça para os nascidos,
Filhos da mesma terra,
Há fome, há miséria, há cercas de palitos
E a morte que no final os enterra...

Um país continental, maior dentre a maioria do mundo,
Com terra a perder de vista e ainda mais um pedaço,
Mas cheia de pobres cansados, desgraçados moribundos
Oprimidos pela mesma terra, que lhes é negada - o cangaço,
O sertão, o cerrado, as pradarias, os vales profundos...

Nada lhes pertence, já está tudo cercado.
São coronéis, herdeiros dos engenhos
Os mandatários de todo o arado
E das gotas de suor que lhes encharcam o cenho...

Uma farpada nação de latifúndios
Sanguinolenta história de magreza cruel,
De um povo que roga para que no céu
Encontre o que faltou neste lugar arredio.

Um comentário:

Marina Amorim disse...

Sempre que posso dou uma passadinha aqui, mesmo que rápida!!

seu blog está ótimo!
PARABÉNS!

muitas atualidades em tão poucos dias! ótimo ótimo ótimo!

beijos!
NINA