quarta-feira, 5 de março de 2008

Já não poderemos dizer nada? Quem luta ergue a voz e diz: Sou expressão de minha liberdade, de minha coragem, de minha consciência! Sou Revolução!


No Caminho com Maiakóviski
(fragmento do poema de Eduardo Alves da Costa)


Tu sabes,
conheces melhor do que eu
a velha história.
Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem:
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.

--//--


E a cada dia somos ultrajados, usurpados são os nossos direitos à educação, saúde, segurança e cultura, e não dizemos nada. Golpe por cima de golpe, a história é feita e a vemos apaticamente televisão afora... e ainda queremos reclamar? "Já não podemos dizer nada"... pois tudo aconteceu, nossas vidas passaram, nossos direitos definharam, nossas almas foram manchadas pela vergonha e pelo ridículo por que somos submetidos, e nada fizemos.

É o que queremos, os jardins de nossas vidas, nossa dignidade, humanidade, integridade, fraternidade, pisados por pés imundos e sanguinários?

Não creio, não posso crer, apesar de ver acontecer dia a dia...


Digo, clamo, levanto a voz e minha alma se ergue em luta e em revolta - Levantem-se, cidadãos, homens de todos os cantos e não aceitem as injustiças que presenciam! Não aceitem a supressão de seus direitos! Não aceitem tantas ofensas, tantas calamidades que batem nossas portas pois as chamamos em nosso descaso! Não aceitem as 'verdades' a que somos impostos sem questionar! Não aceitem! Lutem! Construam o mundo! Mudar o mundo está em nossas mãos!


"Ver um crime com calma, é cometê-lo" José Martí


Seremos criminosos, deixando o sangue dos miseráveis, dos injustiçados, dos humilhados e explorados correrem em nossas mãos inertes?


Lutemos.

Revolucionemos.

Nenhum comentário: