Aqueles que vieram para lutar pela Vida
“O essencial a transmitir é a descoberta maravilhosa: em todos os recantos da Terra, dentro de todas as raças, todas as línguas, todas as religiões, há criaturas que nasceram para dedicar-se, para gastar-se ao serviço do próximo, dispostas a não medir sacrifícios para a ajudar de verdade e enfim a construir um mundo mais justo e mais humano.
São criaturas ligadas ao meio em que se acham inseridas, mas que se sentem membros da Família Humana, a ponto de encararem como irmãos e irmãs, homens e mulheres de todas as latitudes e longitudes, de todos os climas e de todos os tamanhos, de todas as cores, de todos os graus de riqueza e de miséria, de todas as diferentes manifestações de cultura...
(...)
Deus teria inúmeras maneiras de distribuir seus dons. Se fosse um tímido, se se prendesse a julgamentos precipitados e sem base, repartiria seus dons em doses rigorosamente iguais para todos. Ninguém se poderia queixar: ninguém teria nada a mais, nada a menos. Tudo numerado, etiquetado, registrado...
Seria indigno da imaginação criadora do Pai. Seria de incrível monotonia, como se todas as criaturas humanas tivessem a mesma forma, a mesma cor, o mesmo perfume.
Deus aceita o risco de parecer injusto. Ninguém deixa de receber, pelo menos, o indispensável. Mas há quem receba com largueza estonteante. No caso, aludimos às verdadeiras riquezas: às riquezas interiores. E há os ricos de dons divinos, os privilegiados da graça.
Deus parece injusto, mas não é. Pede mais de quem recebe mais. Quem recebe mais, recebe em função dos outros. Não é maior, nem melhor, é mais responsável. Deve servir mais. Viver para servir.
O que importa não é pesar, medir, contar os dons recebidos. Não é ter recebido muito ou pouco. Importante é a firme decisão interior de responder ao máximo, e de servir.”
Dom Hélder Câmara – O Deserto é Fértil
--//--
Quantas vezes os que lutam não se sentem indignados e desanimados pela solidão da batalha pela justiça, frente à imensidão das injustiças? Quantas vezes sua esperança e coragem não fraquejaram perante o aparente isolamento de tão poucos grupos ou indivíduos na marcha por uma Humanidade de Amor? Sempre esperam que se juntem à luta todos os homens, todas as almas, todos os braços unidos para a construção deste mundo de paz e justiça amorosa, mas, será que todos estão destinados à lutar?
Alguns, naturalmente corajosos e questionadores, lançam-se no desconhecido da batalha, outros, tímidos e cautelosos, prefere assistir a realidade acontecer, mero expectador. Coragem se ensina? Impetuosidade se ensina? Podemos mostrar àqueles que nunca sentiram dentro de si a chama da luta, como acendê-la?
Talvez sim, talvez não. Uma coisa é certa, não podemos forçar um homem a lutar. Ele não poderá andar neste novo mundo de amor, se não acreditar nisso. O que se pode fazer é mostrar o caminho, e quem quiser, seguirá, ou não. O que podemos é incendiarmos nossos corações de indignação e ímpeto transformador, lutador, fraterno, e deixar que o vento leve essa centelha a outros corações. Podemos ser fonte, mas não podemos nem devemos ser imposições. Impor seria trair nossa própria causa de sermos fraternos, livres e justos.
Alguns nascem para lutar pela vida existente por sua preservação, outros para repor a perdida. Para que nasceste? O que sentes inflamar dentro de si?
Mas também existe a constante força contrária a qualquer transformação, mudança, questionamento, distribuição igualitária da vida. Esta força tem todo o interesse e intenção de apagar, coagir, coibir e oprimir as chamas da renovação, da mudança, da revolução, e nisso, os corações são educados para a acomodação, e algumas das chamas se rendem às cinzas. Essas chamas, sim, precisam ser atraídas para a verdadeira razão de ser e de viver, e as pessoas destinadas à manutenção da existência, à reprodução, também podem e devem estar juntos aos lutadores na consciência de justiça, paz e amor, para estarem sendo força de manutenção desta realidade ‘nova’.
“O Deserto é fértil”. Se a luta parece infrutífera, se nossas ações e sacrifícios não nos permitem ver os infinitos resultados, não havemos de desistir. Pois este deserto de caos, sangue e injustiças em que nos encontramos, onde o amor só com grandes dificuldades floresce em meio à aridez do egoísmo e individualismo geral, é justamente a nossa matéria-prima, a realidade que devemos transformar, que se fertiliza com o sangue de nosso sacrifício, com o suor de nossa caminhada, com a luz de nossas vidas, nossos espíritos.
“Importante é a firme decisão interior de responder ao máximo, e de servir.”
Sejamos o que somos, luz, vida, amor. Sejamos seres humanos, humanos.
“O essencial a transmitir é a descoberta maravilhosa: em todos os recantos da Terra, dentro de todas as raças, todas as línguas, todas as religiões, há criaturas que nasceram para dedicar-se, para gastar-se ao serviço do próximo, dispostas a não medir sacrifícios para a ajudar de verdade e enfim a construir um mundo mais justo e mais humano.
São criaturas ligadas ao meio em que se acham inseridas, mas que se sentem membros da Família Humana, a ponto de encararem como irmãos e irmãs, homens e mulheres de todas as latitudes e longitudes, de todos os climas e de todos os tamanhos, de todas as cores, de todos os graus de riqueza e de miséria, de todas as diferentes manifestações de cultura...
(...)
Deus teria inúmeras maneiras de distribuir seus dons. Se fosse um tímido, se se prendesse a julgamentos precipitados e sem base, repartiria seus dons em doses rigorosamente iguais para todos. Ninguém se poderia queixar: ninguém teria nada a mais, nada a menos. Tudo numerado, etiquetado, registrado...
Seria indigno da imaginação criadora do Pai. Seria de incrível monotonia, como se todas as criaturas humanas tivessem a mesma forma, a mesma cor, o mesmo perfume.
Deus aceita o risco de parecer injusto. Ninguém deixa de receber, pelo menos, o indispensável. Mas há quem receba com largueza estonteante. No caso, aludimos às verdadeiras riquezas: às riquezas interiores. E há os ricos de dons divinos, os privilegiados da graça.
Deus parece injusto, mas não é. Pede mais de quem recebe mais. Quem recebe mais, recebe em função dos outros. Não é maior, nem melhor, é mais responsável. Deve servir mais. Viver para servir.
O que importa não é pesar, medir, contar os dons recebidos. Não é ter recebido muito ou pouco. Importante é a firme decisão interior de responder ao máximo, e de servir.”
Dom Hélder Câmara – O Deserto é Fértil
--//--
Quantas vezes os que lutam não se sentem indignados e desanimados pela solidão da batalha pela justiça, frente à imensidão das injustiças? Quantas vezes sua esperança e coragem não fraquejaram perante o aparente isolamento de tão poucos grupos ou indivíduos na marcha por uma Humanidade de Amor? Sempre esperam que se juntem à luta todos os homens, todas as almas, todos os braços unidos para a construção deste mundo de paz e justiça amorosa, mas, será que todos estão destinados à lutar?
Alguns, naturalmente corajosos e questionadores, lançam-se no desconhecido da batalha, outros, tímidos e cautelosos, prefere assistir a realidade acontecer, mero expectador. Coragem se ensina? Impetuosidade se ensina? Podemos mostrar àqueles que nunca sentiram dentro de si a chama da luta, como acendê-la?
Talvez sim, talvez não. Uma coisa é certa, não podemos forçar um homem a lutar. Ele não poderá andar neste novo mundo de amor, se não acreditar nisso. O que se pode fazer é mostrar o caminho, e quem quiser, seguirá, ou não. O que podemos é incendiarmos nossos corações de indignação e ímpeto transformador, lutador, fraterno, e deixar que o vento leve essa centelha a outros corações. Podemos ser fonte, mas não podemos nem devemos ser imposições. Impor seria trair nossa própria causa de sermos fraternos, livres e justos.
Alguns nascem para lutar pela vida existente por sua preservação, outros para repor a perdida. Para que nasceste? O que sentes inflamar dentro de si?
Mas também existe a constante força contrária a qualquer transformação, mudança, questionamento, distribuição igualitária da vida. Esta força tem todo o interesse e intenção de apagar, coagir, coibir e oprimir as chamas da renovação, da mudança, da revolução, e nisso, os corações são educados para a acomodação, e algumas das chamas se rendem às cinzas. Essas chamas, sim, precisam ser atraídas para a verdadeira razão de ser e de viver, e as pessoas destinadas à manutenção da existência, à reprodução, também podem e devem estar juntos aos lutadores na consciência de justiça, paz e amor, para estarem sendo força de manutenção desta realidade ‘nova’.
“O Deserto é fértil”. Se a luta parece infrutífera, se nossas ações e sacrifícios não nos permitem ver os infinitos resultados, não havemos de desistir. Pois este deserto de caos, sangue e injustiças em que nos encontramos, onde o amor só com grandes dificuldades floresce em meio à aridez do egoísmo e individualismo geral, é justamente a nossa matéria-prima, a realidade que devemos transformar, que se fertiliza com o sangue de nosso sacrifício, com o suor de nossa caminhada, com a luz de nossas vidas, nossos espíritos.
“Importante é a firme decisão interior de responder ao máximo, e de servir.”
Sejamos o que somos, luz, vida, amor. Sejamos seres humanos, humanos.
Existe o caminho, basta abrirmos os olhos para vê-lo, senti-lo, segui-lo. Observemos a perfeição da natureza...
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